A morte de um radinho

Foi para casa com todas as reflexões da madrugada, questionamentos, planos, suspeitas, sentimentos, análises, sensações. Eram tantas coisas na cabeça que já nem lembrava mais qual delas havia puxado todas as outras. O caminho era longo, mas não o suficiente para esgotar as lembranças. Quase não passaram todas ao mesmo tempo pelo portão.

Roupas no chão, banho tomado, porém, a inquietude não havia escorrido junto com a água. Olhou para a cama, imaginando a segunda madrugada-manhã insone. Só que, mais atentamente, avistou uma pequena folha de caderno, escrita.

“Querida,

Tudo bem? Espero que sim.


Estou sem te ouvir faz quatro dias, meu radinho morreu! Caiu do terraço, não se salvou. Mas vou colocar outro no lugar.

Que Deus te proteja e ilumine seus caminhos. Que te guarde e te ampare.

Fique com Deus e tenha uma noite de paz. Sexta-feira eu ligo para você.

Um beijo no seu coração. Se alimente bem.”

(No final, um desenho de uma carinha sorrindo.)

Coração aquecido. Olhos cheios d’água. Lábios comprimidos junto com um meio sorriso. O restinho de ar que havia, expirado. Talvez nesta ordem, talvez tudo ao mesmo tempo.

Chorou pela morte do radinho. O gesto mais simples de amor deixa todo o resto tão pequeno...

2 comentários:

A Falcomer disse...

Oi Aline, uma amiga minha viu seu trabalho na band news e me passou o endereço do seu blog, achei engraçado pq temos os nomes bem parecidos. Me chamo Aline Falcomer, rs vou seguir vc no twitter. O meu é: www.twitter.com/alinefalcomer. Bjus

Aline Falcone disse...

Oi Aline! Que coincidência!! Muito obrigada pelo recado. Vou tentar te achar no Twitter também! Um abraço. =)

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